sexta-feira, 23 de março de 2012

Uma imagem em que pode relatar sobre a importância de levar um pouco de alegria à aqueles que estão necessitando.

Grupo de Contadores Invade o Hospital do Oeste

Barreiras: Grupo de Contadores Invade o Hospital do Oeste.


Rosto pintado, perucas coloridas, roupas estampadas, nariz de palhaço, fantoches e outros adereços, é assim que os acadêmicos do curso de Letras da UNEB da turma de 2008 se preparam para entrar em cena como Contadores de Histórias no projeto Era Uma vez no hospital. O público é constituído de crianças internadas na Clínica Pediátrica do Hospital do Oeste e seus acompanhantes que esperam com grande expectativa a performance do grupo.
A turma de Contadores é composta por dezessete acadêmicos que se desdobram em três grupos, dois destes se alternam nas atividades voltadas ao entretenimento tais como: apresentações teatrais, contação de histórias e projeção de filmes infantis de cunho educativo. O terceiro grupo de pesquisa e divulgação por sua vez, se encarrega de ajudar os demais colegas na arrumação do cenário, no convite aos pais e às crianças para assistirem às apresentações, fazem ainda uma coleta prévia de dados que serve de apoio para nortear e desenvolver o projeto. Posteriormente, se encarregam de divulgar as principais ações na mídia local com o objetivo de mostrar a sociedade a importância das atividades realizadas. No final de cada apresentação, são distribuídos gratuitamente livros com histórias infantis para as crianças se entreterem e adquirirem conhecimentos de forma divertida e prazerosa. A meta do projeto é distribuir mais de trezentos livros de variados títulos e que foram adquiridos através de doações de pessoas físicas e empresários locais .
Criado pelas Professoras Maria Felícia e Vera Regiane, o projeto piloto foi primeiramente apresentado em creche, abrigo, orfanato e depois em hospital. Para a sua execução foram desenvolvidas observações prévias e constatou-se que o hospital se constituía como lugar mais carente em projetos desenvolvidos pelas Universidades. O projeto Era Uma vez no Hospital está em sua segunda fase, “de vento em popa” sendo desenvolvido na ala pediátrica do Hospital do Oeste. “ Esse projeto derruba a tese de que as crianças não gostam de ler, ao contrário elas ficam muito entusiasmadas com as histórias, há uma disputa pelos livros, eles querem adentrar nesse universo mágico da leitura” afirmou a professora Maria Felícia uma das idealizadoras e coordenadora do projeto.
O processo de tratamento de crianças enfermas costuma ser mais difícil, pois elas são mais vulneráveis e geralmente se sentem mais fragilizadas do que um adulto. Projetos dessa natureza ajudam a criança abrandar o sofrimento e amenizar a ansiedade de voltar logo para casa. Existe um vasto número de pesquisas científicas que garantem que o otimismo frente a doença pode acelerar o processo de convalescença para isso o sorriso é um excelente remédio. “Atividade como essa é muito importante porque as crianças só veem aqui a gente com bandeja de medicamentos, eu achei muito bonito o projeto, as brincadeiras, as crianças também gostam, elas ficam mais animadas” analisa Maria Helena uma das enfermeiras plantonistas.
Ao final da apresentação, os sorrisos se multiplicam. “Foi maravilhoso, trouxe mais alegria para esse ambiente fechado. Brincadeiras, palhaços, valeu a pena, gostei muito!” concluiu Valdicléia mãe de uma criança internada.
Com boa vontade e criatividade, o espaço Hospitalar pode ser um palco, um picadeiro, uma biblioteca, ou um teatro, afinal, o mundo da imaginação não tem fronteiras, é ilimitado, basta querer.
 
Professora Felícia fantasiada de borboleta: “Esse projeto derruba a tese de que as crianças não gostam de ler”
Enfermeira Maria Helena: “Achei muito bonito”
Valdicléia: “Gostei muito, valeu a pena!”
 
Texto: João Plácido (Acadêmico do curso de Letras, UNEB Campus IX Barreiras).

Os Saltimbancos

Os Saltimbancos

Arleide Cristini Silva da Câmara
Cáren Maiele Alves da Silva
Fabiana Fernandes de Oliveira

Ø  Considerações iniciais

O ato da contação de histórias é o início da aprendizagem; por isso a necessidade de ouvi-la; possibilita novos horizontes, novos olhares e conhecimento para quem as ouve (crianças). Mas esse fascínio tem sido deixado de lado, não é mais como antes onde os nossos pais, avós contavam para nós as histórias; permitindo através das mesmas, o imaginário da criança poder descobrir a fantasia, o misterioso, o bem, o mal...
Esse projeto visa de certa forma, realizar o resgate do contar histórias, reascendendo o desejo dos próprios pequeninos em querer ouvi-las. Por meio da contação de histórias podemos enriquecer as experiências infantis, desenvolvendo diversas formas de linguagem, ampliando o vocabulário, formando o caráter, desenvolvendo a confiança na força do bem proporcionando a criança viver o imaginário.
Essa importante ação educativa instiga à criança a busca de novos saberes e vários processo de leitura. É através da contação de histórias que as pessoas se autoidentificam e uma das vantagens dessa oralidade é a possibilidade de haver a participação não só do narrador como também dos ouvintes.
Nessa perspectiva as acadêmicas do curso de letras, turma 2008.1 apresentam uma história inspirada no conto dos irmãos Grimm “Os Músicos de Bremen e adaptado por Chico Buarque, o espetáculo infantil “Os Saltimbancos” que narra a história de quatro animais (um jumento, um cachorro, uma galinha e uma gata) que, devido a maus tratos, fugiram de seus patrões. Juntos decidem formar um grupo musical e vão à cidade para começar a carreira artística. Durante o trajeto, eles encontram os seus antigos donos e, com medo de serem novamente escravizados resolvem enfrentá-los. Os bichos vencem e chegam à conclusão de que unidos conseguirão superar todas as dificuldades.
A história “Os Saltimbancos” foi apresentada através de fantoches na creche Municipal Professora Tercina Pereira Alves no dia 09 de agosto de 2010. O público a assistir a mesma era composto por sessenta e oito crianças na faixa etária de zero a cinco anos de idade.

Ø  Relato das atividades

A apresentação da peça “Os saltimbancos” realizada na creche Professora Tercina Pereira Alves às nove horas da manhã foi de grande proveito. Conseguimos alcançar o nosso objetivo de resgatar “a contação de histórias” e enfatizar a sua importância.
Foram apenas cinco dias de ensaios e aproximadamente uma semana para a confecção dos fantoches. No dia oito de agosto passamos a manhã toda preparando o cenário para o dia seguinte. Quando o momento tão esperado chegou (09/08) o nervosismo estava a flor da pele pois era a primeira vez que iríamos apresentar um teatro de fantoches. Momentos antes de começarmos a apresentação foram passadas através de um DVD, som e TV músicas infantis para animarem as crianças, elas ficaram animadas e ansiosas para o início da peça. Quando chegou o momento de começar a historinha foi uma festa só, sentados em suas cadeiras os pequeninos prestaram bastante atenção nas falas dos animais (fantoches), batiam palmas no momento das músicas outros, porém que já estavam inquietos até porque a apresentação foi um pouco longa (aproximadamente quarenta minutos).
Não foi uma tarefa simples realizar este projeto, era preciso saber manipular os fantoches e de certa forma fazer a interação de uns com os outros, saber o momento certo de entrar, sair, falar, cantar enfim apesar da história vim pronta e narrada era preciso dublar e dublar bem já que a criança percebe logo de cara quando uma história não é bem contada. Todos estes aspectos nos remete à uma fala de Abramovich (1997, p.19) que diz “para contar uma história- seja ela qual for – é bom saber como se faz. Afinal nela se descobrem palavras novas, se entra em contato com a música e com a sonoridade das frases, dos nomes.”
A orientadora Felícia nos ajudou na organização; os pequeninos se interagiram tanto com a história, que no momento em que cada personagem falava eles chegavam perto dos bonecos, questionando-se entre si quem eram, porque os animais estavam falando, sendo que animal não fala; e sorriam, cantavam,enfim, acharam a história muito divertida.
Um dos objetivos deste projeto era resgatar a contação de histórias. Benjamim (1994 p.6) afirma que “a ate de narrar está morrendo”. Isso se deve ao fato da evolução da tecnologia que vem a cada dia substituindo a voz do contador por TVs, DVDs, etc. Precisamos através de projetos como esse levar uma história seja ela qual for às pessoas ao nosso redor. Os sorrisos estampados no rosto daquelas crianças nos incentivaram ainda mais à levar a Historia dos Saltimbancos a outros lugares, a outros públicos.
Outro ponto relevante que observamos momentos antes da apresentação foi que havia uma criança que conhecia não exatamente a história dos saltimbancos, mas sim a história de um burro (personagem da peça). Isso nos reflete a grande importância da literatura, em especial a infantil na vida de toda e qualquer criança. De acordo com Coelho (2000, p. 53) “literatura infantil são livros que tem a capacidade de provocar a emoção, o prazer, o entretenimento, a fantasia, a identificação e o interesse da criançada”. Percebemos que as professoras daquele local liam, ou seja, contavam histórias infantis para aquelas crianças e isso nos deixou muito felizes.
Finalizando a apresentação, a professora Felícia perguntou às crianças se eles tinham gostado da historinha apresentada e elas responderam que sim, em seguida foram apresentados os bonecos e seus respectivos manipuladores (Arleide, Cáren Fabiana), e após feito isso as crianças puderam pegar nos fantoches e porem nas mãos, a alegria foi tamanha. Para concretizarmos nossa apresentação distribuímos balas para crianças e registramos através de vídeos e fotos aquele momento gratificante e deixamos passar músicas infantis até que desfizéssemos o cenário e colocávamos os itens emprestados (TV, DVD, dicionário, grampeador, mesas e cadeira) nos seus respectivos lugares, nos despedimos com a criançada pedindo para que não fossemos e por causa do horário de aula que teríamos
á tarde tivemos que ir. Com um sorriso estampado no rosto e com a sensação de dever cumprido fomos embora.
Feitos os agradecimentos, ficou algo muito bom tanto para nós, organizadores do projeto quanto para elas que nos receberam. O espaço ficou aberto para que possam vir outros, e o incentivo para que eles mesmos trabalhem com fantoches na contação de histórias, aumentando o valor perceptivo das crianças e para nós o reconhecimento de um esforço enorme e compensador, e ainda o convite aberto para retornarmos, entre outros que é abranger esse trabalho para que outros indivíduos tenham acesso a esse tipo de animação.

Ø  Considerações finais
Depois de muito esforço e dedicação conseguimos cumprir de fato a nossa missão como contadores de histórias. Apesar de ser a nossa primeira experiência com o público infantil não esperávamos tantos elogios.
Queremos através deste projeto despertar outros sorrisos em outros lugares com a nossa apresentação e acima de tudo incentivar outros indivíduos a não deixar morrer essa tradição de “contar” histórias enfatizando sempre a sua importância.


Ø Referências

ABROMOVICH, Fany. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. – São Paulo: Scipione, 1997. – (pensamento e ação no magistério).


BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. 7 ed. São Paulo: Brasiliense,1994.

COELHO, Nelly. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.



AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente à orientadora Maria Felícia Romeiro Mota Silva por nos incentivar a realizar este projeto que foi de suma importância para nossa formação acadêmica e à diretora da creche Aldaci Pereira por nos conceder o espaço para a realização do mesmo.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Contação de Histórias no Abrigo dos Idosos

Idelvânia Ferreira Amador
Joao Plácido da Silva Filho
Maria Lúcia Silva de Souza
Norma da Silveira Lopes
Wagner Araújo Novais



Contação de Histórias no Abrigo dos Idosos


1-INTRODUÇÃO:

A atividade de contar história está presente na cultura humana desde os tempos antigos, como; conhecimento, arte, prazer, atividade de lazer, que permite a manifestação lúdica levando o ouvinte para o mundo do sonho e da fantasia, nos permite ampliar nossos pontos de vista sobre a realidade, viver infinitas experiências e nos emocionar de diferentes maneiras.
O ato de contar histórias era uma das formas encontradas para passar os conhecimentos adquiridos de uma geração para outra. Visto que as histórias eram relatos de experiências que traziam lições a partir das quais os mais novos continuariam suas vivências, pode se dizer também que era uma forma de possibilitar uma continuidade na evolução humana.
Com o advento da escrita e o desenvolvimento tecnológico percebe-se uma grande diminuição do hábito de trocar experiências oralmente e uma predominância do desenvolvimento de outras formas de transmissão desses conhecimentos e configurando-se com a sociedade contemporânea, quando a escrita e oralidade se complementam na evolução do homem.
Assim, o desenvolvimento tecnológico e dos meios de comunicação convidam o narrador a buscar uma forma para lidar com o desenvolvimento natural do ser humano e percebe-se, então, uma nova manifestação desse personagem da cultura oral, que agora se forma para contar histórias.
Nota-se que aos poucos os momentos coletivos de trocas de experiências deixam de ser um acontecimento natural em nossa sociedade. Com as transformações e o desenvolvimento tecnológico os contadores foram aos poucos convivendo e encontrando novas formas de lidar com o processo natural de evolução da humanidade, assim, essa tradição juntamente com seus protagonistas “narradores, contadores” transforma e se modifica com o passar do tempo.
Por isso, o contador é o personagem principal na manutenção desse patrimônio, pois ao dar seu testemunho narrando uma história, ele da aos que ouvem a possibilidade de contá-la novamente e, assim permitir que essa cultura acompanhe as transformações humanas.
Esse processo de ressignificação, ao fazer-se presente no contador de histórias permite que a cultura popular seja valorizada e se mantenha na atualidade. Com esse intuito é que escolhemos o abrigo de idosos São João Batista  para a apresentação de nossos trabalhos. Onde foi apresentada em 30/08/10 às 14:40 h da tarde a peça Causos e Contos Caipira. Com o objetivo de reviver esta forma artística de comunicação no contexto da atualidade, para abrir novos horizontes e possibilitar a memória dos velhos tempos; motivar fantasias vividas por meio das imagens e emoções suscitadas no conto. Bem como proporcionar lazer e entretenimento aos idosos através da contação de histórias, fazendo com que a sua cultura seja valorizada e mantida na atualidade.

2- RELATOS
Foi apresentada peça, Causos e Contos Caipira para um de platéia de 12 idosos do abrigo São João Batista na cidade de Barreiras BA no dia 30/08/10 às 14:40 h da tarde pelos acadêmicos do curso de Letras da Universidade do Estado da Bahia; Idelvânia Ferreira Amador, João Plácido da Silva Filho, Maria Lúcia silva de Souza, Norma da Silveira Lopes, Vagner Araújo Novais,  que fazem parte do projeto Contadores de Histórias, sob orientação da professora Maria Felícia Romeiro Mota.
Na peça os acadêmicos dramatizaram de forma bem humorada o ato de contar histórias trazendo para o enredo causos e histórias do cotidiano caipira demonstrando de forma lúdica e divertida o quanto é prazeroso a contação de histórias e o quanto é importante à troca de experiências por meio dessa forma milenar de comunicação.

 A dramatização da peça.
De acordo com Cascudo (1952, p.249) apud Eduardo (2007, p. 12).“O conto popular revela informação histórica, etnográfica, sociológica, jurídica, social. É um documento vivo, denunciando costumes, idéias, mentalidades, decisões, julgamentos. Para todos nós é o primeiro leite intelectual”. CASCUDO (1952, p. 249) apud EDUARDO (2007, p. 12). Durante a contação, observa-se uma troca de saberes, as experiências vividas pelos mais velhos são repassadas as novas gerações, o que contribui para o desenvolvimento do ser humano.
Patrini (2005, p.60) apud BATISTA, (2007) apud Eduardo (2007) afirma que “apesar das inúmeras possibilidades ofertadas por uma sociedade pós-moderna, o homem tem necessidade de manter viva a oralidade”. Meireles parece concordar com a afirmação acima e acrescenta: “Conta-se e ouve-se para satisfazer essa íntima sede de conhecimento e instrução que é própria da natureza humana. Enquanto se vai contando, passam os tempos do inverno, passam as doenças e as catástrofes [...]” EDUARDO (2007) apud (MEIRELES, 1984, p.49). O negro, o índio, o príncipe, o camponês, o homem da cidade, cada um em seu lugar, por toda parte, desde sempre, estão contando o que ouviram, o que serviu a seus antepassados e o que vai servir a seus netos, durante suas vivências.
Silva, (1998, p.12) apud Eduardo (2007) fala também do quanto é importância da contação de histórias em todas as fases da vida.
                                                          
A história é importante alimento da imaginação. Permite a auto- identificação, favorecendo a aceitação de situações desagradáveis, ajuda a resolver conflitos, acenando com a esperança. Agrada a todos, de modo geral, sem distinção de idade, classe social, de circunstância de vida (SILVA, 1998, p.12). apud EDUARDO (2007 p. 18).

 No momento da contação foi observado um interesse significativo por parte de alguns idosos, que apesar da idade se dispuseram ouvir os causos contrariando a idéia de que, pessoas de idade avançada não têm paciência e não gostam de ouvir causos e histórias e que essa atividade interessa em especial apenas o público infantil.  O ato de contar desperta interesse em todo ser humano independente da idade por fazer parte dele, por fazer parte da sua vida.
Como bem ressalta Sisto, (2005, p.26) apud Eduardo,(2007, p. 17) 
Quando abrimos os olhos, a vida se coloca à nossa frente. Inevitavelmente começamos a formar um repertório de histórias: a nossa história. Somos crianças e queremos o brinquedo, os bichos, outras crianças, o doce, a fantasia. Somos jovens e queremos a aventura, a ação, a prova, o desafio, o ato heróico, o primeiro amor, o riso. Somos adultos e queremos tudo. Somos velhos e queremos tudo de novo SISTO, (2005, p.26). apud EDUARDO (2007, p. 17).

Dentre as inúmeras possibilidades, a contação de histórias tem o mágico poder de lavar o indivíduo para diferentes lugares, conhecer outras culturas que não a sua, diminuindo assim, as distancias geográficas entre os diversos espaços. Ao ouvir uma história tem-se contato com diferentes povos, culturas espaços e outros elementos que permitem que a visão de mundo seja ampliada. E Dohme (2000) apud Eduardo (2007) comenta que:

As histórias aumentam o horizonte dos ouvintes, com elas: eles“conhecem a China”,“pisam na Lua”, voam através do tempo, da pré-história aos dias de hoje, travam  conhecimento com fadas, duendes, monstros e heróis. Estas emoções semeiam a imaginação e estimulam a criatividade (DOHME, 2000, p.20) apud EDUARDO (2007 p. 30).

Abramovich (2004, p.17) também fala dessas viagens pelo imaginário proporcionadas pelas histórias.
É através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra época, outra ótica... É ficar sabendo história, geografia, filosofia, política, sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula. ABRAMOVICH (2004, p.17)

Após a apresentação, durante o dialogo com os idosos tivemos a oportunidade de ouvi-los e então sabermos um pouco da suas histórias de vida, pois foram suscitadas lembranças de fatos que os marcaram ao longo da vida. Sua terra de origem, os fatos ocorridos na infância, adolescência e juventude, os amores, a geografia da cidade onde nasceu, as pessoas do seu convívio no passado. E todos esses fatos sãos guardados na memória e ao revivê-los afloram sentimentos diversos como; alegria, tristeza, prazer nostalgia de coisas vividas que o tempo levou.
De acordo com Ferreira, (2007. p.11) apud Eduardo, (2007 p.18)

 As histórias marcam tanto as nossas vidas. As pessoas, em geral, zelam  por suas lembranças, sentem  prazer ao mergulhar no passado, em busca da presentificação dos antigos elos, das antigas relações, ainda que isso se dê apenas pela imaginação. Por essa razão folheiam-se os álbuns de família, riem-se risos de contentamento... e derramam-se lágrimas de saudades ou arrependimento (FERREIRA,2007. p.11) apud EDUARDO (2007p.18)

 Como afirma Abramovich, (2004, p. 17)
É ouvindo histórias que se pode sentir “também” emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranqüilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo que as narrativa provoca em quem as ouve, toda amplitude e significância e verdade que cada uma faz ou não brotar ...pois é ouvir sentir e exercer com os olhos do imaginário;

As pessoas idosas são acometidas por doenças degenerativas, que muitas vezes tornam os limitados fisicamente e intelectualmente o que provoca sofrimentos tristezas e desilusões. A contação de histórias refrigera a alma e funciona como um anestésico para as dores e sofrimentos é como um isotônico que revigora trazendo um contentamento contagiante. Resgata essas pessoas de um mundo de melancolia para um mundo de alegria através do imaginário.
Senhoras idosas, limitadas pelos infortúnios da idade avançada, a segunda a cima sofreu um A.V.C. e está paralítica e a outra de vestido azul é cega.
Durante as conversação com os idosos foi observado que o mau humor, a inquietude e desanimo desapareceram o que comprova o quanto a socialização por meio da contação é importante para o ser humano.
Conversação com os idosos, um momento de descontração e alegria. Abramovich (2004, p.24) afirma que:

Ouvir histórias é um momento de gostosura de prazer, de divertimento dos melhores... É encantamento, maravilhamento, sedução... E ela é ou pode ser ampliadora de referênciais, poetura colocada, inquietude provocada, emoção deflagrada, saudades sentidas, lembranças ressuscitadas, caminhos novos apontados, sorriso gargalhado, belezuras desfrutadas, e mil maravilhas mais que uma boa história provoca. ABRAMOVICH (2004, p.24)     

Durante a contação de histórias o contador experimenta através das dinâmicas, das expressões corporais o lazer, pois sente prazer em se divertir permitindo que o conto se manifeste em todos os seus sentidos. Dessa forma, tanto contador quanto o público são tomados por sensações e vivências que lhe permite habitar o imaginário. Todos os envolvidos em uma contação de histórias têm a possibilidade de vivenciarem tudo que as mesmas proporcionam, e ou mesmo tempo valoriza e mantém a tradição oral.

3-CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contar histórias não é nunca uma opção ingênua
 É uma maneira de olhar o mundo.
Celso Sisto

É sabido que, devido aos avanços tecnológicos e consequentemente a evolução humana a arte de contar histórias vem aos poucos sendo esquecida e o ambiente acolhedor da cultura oral começa a desaparecer. O ato de contar histórias ganha na atualidade outras significações, porém não perde a sua principal função, pois ao dar som e imagem á palavra do conto, o contador de histórias tem o poder de reencantar o mundo, levar o outra para um mundo de sonho e fantasia quando convida-o a brincar com seus próprios pensamentos, possibilitando que este vivencie experiência de forma diversas, imagens que modificam a realidade de acordo com que o narrador lhe expõe e vive com ele o conto.
 Os estudos a cerca dessa temática foram de suma importância uma vez que, nos proporcionou uma visão diferenciada e mais ampla da importância dessa arte milenar. Respaldadas pelas analises e com as observações na prática essa aprendizagem se tornou significativa não só para a nossa formação acadêmica e profissional, mas pessoal e familiar, na medida em que nos possibilitou compreende-la e aplicá-la. Assim, percebe-se a importância de revigorar essa atividade primordial para o desenvolvimento do ser humano. 

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: Gostosuras e Bobices. 5º. ed. São Paulo: Scipione, 2004
EDUARDO, Shirlei Gomes. A marca individual do Contador de Histórias./Shirlei Gomes Eduardo. - 2007. Disponível em: www. rodadehistoria.com. br. Acesso em: 16 de Agosto de 2010.

                                                                                                        Barreiras, agosto de 2010